523 páginas de surpreendente deslumbre, este é “Padre Cícero: poder, fé e guerra no sertão” do autor cearense Lira Neto. RastreadozinhO de PurezaS não é cratense, nem de Juazeiro do Norte, mas desde cedo questiona o milagre da hóstia em “Joazeiro”. Entre uma página e outra vem mais uma pergunta: será que Padre Cícero existiu? Até guerra teve em tempos passados. Crato e Juazeiro a se destruírem pelo poder, e a fé ficar miudinha escondida entre uma arma e um canhão preste a atirar. Mas, o sertão de Maria de Araujo é misterioso. Com seus espinhos apontados para o céu. Chuva que demora cair no pé do gaiato mais pecador. Batinas e coronéis que cospem no peito do escravo mais humilde. Do Rebate de interesses dominador ao Floro de ordens mais superiores de todos.
Mais menino, na 451 diz ai que o RastreadozinhO descobre o ferro que Padre Cícero ferrava os bois. No curral que acumulava leite e tetas que jorram até os dias de hoje. A Beata Mocinha de formula beleza nem poderia imaginar os romeiros invadirem todos os anos as terras do Padre Santo. E a polêmica se era ou não o santo da católica continua. Mas, diz ai que a mesma igreja que excomungou o padre das multidões, agora monta em cima da sua herança, de fiéis a cofres de ouro. E com a ameaça evangélica monta e destroça os ditos do pobre Padim. Será o antivírus contra a igreja evangélica? Mas, então o sertão vai repetir a maldição de Sodoma e Gomorra? Calma RastreadozinhO, é apenas o fim do mundo. Papa faz de tudo, até readmitir um Padre maldito. Mistérios no povoado sinistro, de Lampião que pedia sua bênção a hóstia que virava sangue de tanto pecado dos donos das terras. Guerra santa jovem leitor. De poder, fé, e guerra no sertão.
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